domingo, 9 de setembro de 2012

Nossa Senhora da Salete


Nossa Senhora da Salete

19 de setembro 1846

“Olhai como crescem os lírios nos campos.
Não trabalham nem fiam. No entanto, eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles” (Lc. 12, 27).

Vivemos com tantas preocupações que não percebemos os dons e as maravilhas que o nosso Deus coloca à nossa disposição.
Estamos nos tornando insensíveis à simplicidade e à beleza do colorido das flores, do canto insistente dos pássaros, do cheiro do mato, das ervas,d o barulho da chuva.
Deus, em sua infinita sabedoria, nos proporciona a cada instante, o espetáculo indescritível e harmonioso que é a vida.
A vida é Dom de Deus e não cabe ao homem qualquer insinuação de destruição e impedimento da mesma.
Em todas as suas manifestações divinas, Deus sempre escolheu os simples e puros de coração.
Crianças, camponeses, pastores, pescadores, agricultores, mães de família, enfim, pessoas sensíveis e disponíveis a ouvir o chamado e a se colocar a serviço do Senhor, sem preocupações com a opinião dos outros.
E assim, Deus mais uma vez, envia Nossa Mãe do Céu para alertar e pedir a conversão de seus filhos, quando esses permanecem insensíveis às manifestações divinas.

A história

Corria o ano de 1846, era o mês de setembro, inicio de outono na Europa, mais precisamente o dia 19, na pequena cidade de La Salete, na França, Diocese de Grenoble.
A vida seguia seu rumo sem grandes acontecimentos para aquele povoado de camponeses simples e humildes.
Os campos de La Salete, próximo aos Alpes, estavam revestidos divinamente de flores diversas, miosótis, margaridas e lírios dos Alpes, formando um espetáculo de rara beleza.
Foi neste cenário que os pastorinhos Maximino Giraud (11 anos) e Melânia Calvat (15 anos), enquanto pastoreavam o rebanho, foram visitados pela Virgem Maria, nossos pastorinhos eram apenas amigos.
Após o almoço, daquele Sábado ensolarado, os pastores, mais precisamente Melânia, avistou no fundo do vale, uma estranha luz que brilhava como o sol.
A pequena pastora chamou a atenção de seu companheiro para o fenômeno.
Ao se aproximarem da luz, esta se abriu ao meio e os pastores puderam contemplar a figura de uma linda mulher sentada sobre uma pedra, com os cotovelos apoiados sobre os joelhos e o rosto escondido entre as mãos, demonstrando uma profunda tristeza.
“A Bela Senhora”, como os pastores definiram a aparição, ao perceber que os mesmos estavam assustados, chamou-os para perto dela, a fim de acalmá-los.
“Vinde, meus filhos, não temais, aqui estou para vos comunicar uma grande noticia. Se meu povo não quiser aceitar, vejo-me forçada a deixar cair o braço de meu Filho. É tão forte e tão pesado que não posso mais segurar. A tanto tempo que sofro por vós...”.
E continuou:
“Os que conduzem os carros (de boi), não o fazem sem abusar do nome de meu Filho. Se a colheita se estraga, não é senão por vossa causa. Bem vo-lo mostrei no ano passado com a colheita das batatas e não fizestes caso. Ao contrário, quando encontráveis estragada, era então que em tom de revolta, pronunciáveis o nome de meu Filho”.
“Se tiverdes trigo, não o semeeis, pois os animais comerão tudo. O que semeardes e o que vingar, reduzir-se-á a pó quando for malhado. Sobrevirá uma grande fome”.
“...os outros farão penitências pela fome. As nozes estragar-se-ão; as uvas hão de apodrecer. Se vocês se converterem, até as pedras e as rochas se transformarão em montões de trigo e as batatas aparecerão semeadas por sobre a terra”.
E ainda continuou:
“...e vocês, meus filhos, fazem bem suas orações?
- Não muito bem, responderam os pastorinhos!
- Ah! Meus filhos, é preciso fazê-la bem, à noite e de manhã. Quando não puderdes rezar mais, recitai ao menos o Pai-Nosso e uma Ave-Maria, devotamente. Quando tiverdes tempo, é preciso rezar mais”.
E ainda falou:
“Somente algumas mulheres idosas vão à missa, os outros trabalham aos domingos, durante o verão. E no inverno, quando não sabem o que fazer, vão a missa para somente zombar da religião. Durante a quaresma vão ao açougue como cães, atrás de carnes”.
E a Virgem concluiu depois, dizendo:
“Pois bem, meus filhos, transmitam tudo o que lhes revelei a todo o meu povo”.
Após ficar alguns instantes suspensa entre o céu e a terra, ela ergueu os olhos para o alto e foi desaparecendo lentamente.
Maximino apressou-se então para juntar algumas flores, que a bela senhora tinha sob os pés, mas elas sumiram repentinamente.
Os pastorinhos voltaram para a vila ao escurecer e contaram a seus patrões tudo o que tinha visto e ouvido da bela senhora.
Após o dia 21 de setembro, começaram as romarias ao local da aparição, cuja veracidade foi comprovada por inúmeros milagres.
No ano de 1852, o Bispo de Grenoble, fundou a Congregação dos Missionários, para propagar a mensagem da Virgem de la Salete e também iniciou a construção do Santuário que ficou pronto em 1879.
Maximino morreu muito jovem e Melânia tornou-se religiosa, sendo uma das fundadoras das
“Filhas do Zelo do Divino Coração de Jesus”, e faleceu em 1904, em odor de santidade.

A mensagem das lágrimas

Mélania descreveu pranto de Nossa Senhora:
“A Santíssima Virgem chorava quase o tempo todo enquanto falava. Suas lágrimas corriam lentamente até os seus joelhos e desapareciam com as faíscas de luz. Eram brilhantes e cheias de amor”.
“...as lágrimas de Nossa Mãe, longe de diminuir seu ar de majestade, Rainha e Senhora, pareciam embelezá-la e torná-la mais bela e a mais amorosa das mães”.

A cruz e a corrente

Melânia descreve:
“Nossa Senhora tinha uma belíssima cruz pendurada no pescoço. Essa cruz era dourada e sobre ela o crucificado [...] Quase nas duas extremidades da cruz, de um lado havia um martelo e do outro uma torquês”. Geralmente interpreta-se o martelo como símbolo daqueles que pela sua má vida e pelo menosprezo a lei divina, pregam ainda mais nosso Senhor Jesus Cristo na cruz. Nesta mesma concepção a torquês representa aqueles que por suas boas ações aliviam as dores do Nosso Senhor, tentando despregá-lo da cruz.

Os olhos

Sobre os olhos da Virgem Mélania descreveu
“os olhos da virgem Maria, pareciam mil vezes mais belos que os brilhantes, os diamantes e todas as pedras preciosas mais procuradas. Eles brilhavam como sóis, eram doces, luminosos como um espelho. Em seus olhos via-se o Paraíso, eles atraiam a ela”.

A Mensagem

A Virgem aparece com trajes de camponesa, sentada sobre uma pedra, traz na cabeça um rico diadema dourado, com flores, trajava um avental e seus pés cobertos de flores.
A Virgem falava com simplicidade, do jeito simples dos pastores simples, falava da terra, das plantações e colheitas, do gado e da fome, da oração e da missa. A linguagem era de fácil entendimento para os pastorinhos analfabetos e humildes.
O que a Virgem anunciou aconteceu um ano depois. Um grande flagelo sobre as parreiras (era então desconhecido o oídio), ou mal branco. O escritor e poeta Paul Cloudel afirmou:
“as uvas apodreceram”.
Leon Bloy disse: “Os maiores devotos de Maria são ou os grandes pecadores arrependidos ou os inocentes e simples, aqueles que amam com um amor mais intenso se encontra ou entre aqueles que conheceram bem o pecado ou entre aqueles que o pecado não os conheceu”.
Peçamos a Virgem da Salete que interceda por nós, junto ao seu filho Jesus, pois, apesar de se passarem anos, a sua mensagem continua atual, para os nossos dias, apenas com a diferença de simbolismos.
Amém
Paz E Bem!

Referencia http://marcioreiser.blogspot.com.br/2008/09/nossa-senhora-da-salete.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário